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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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Outra manhã quente nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. O verão teima em ficar na estação onde já não é bem vindo, na aldeia de Sentieiras, a esplanada do Mercadinho da Fonte apresenta uma moldura humana, lê-se o jornal, bebe-se café, comunica-se ao mesmo tempo entre todos. No interior os fregueses aviam géneros alimentícios, na biblioteca ambulante também acontece, devoluções de livros, empréstimos de outros. Manhã activa junto da envolvência da biblioteca.

25 Set, 2018

Sopra um vento

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 A rádio comercial com o Dia dos One Hit Wonders a soar, é a companhia na biblioteca ambulante nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, desta manhã na deslocação à aldeia da Bairrada. Sopra um vento quente e musculoso de vez enquando. O rio Zêzere a pouco e pouco desvenda as suas margens, mesmo assim continua imponente no seu curso até à muralha que o detém. As histórias nas prateleiras estão expectantes pelos visitantes da biblioteca, aqui cabem todos, ninguém fica de fora, a muralha que contém o rio lá em baixo, não é bem vinda neste lugar.

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 O início da manhã apontava que o dia iria ser quente, a demonstrar isso mesmo está a temperatura na aldeia do Carril 34º. Assim  é a estreia das manhãs nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, na chegada da nova estação o sol cruza o plano do equador celeste (equinócio), brindando este território com ardor. Agora mesmo um aldeão comentou o fenómeno natural e a temperatura, as culturas agrícolas, tudo mudado. As histórias deslocam-se de aldeia em aldeia, trocam-se de uns para outros, andam de mão em mão de escassa população. Os itinerários repetidos sucedem-se semana após semana e cada vez mais se conquista um leitor(a), numa aldeia ou noutra, faça calor ou frio, a biblioteca ambulante não os abandona!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

21 Set, 2018

O tempo se estende

 

 

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Já se vê o outono, mas na aldeia do Brunheirinho o calor não dá descanso a quem por aqui habita e anda numa biblioteca ambulante, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Sentada uma velha resguarda-se na sombra à beira da estrada, enquanto o tempo se estende na tarde. Os visitantes adiam a vinda às histórias junto da fonte, que já deu de beber da sua água fresca ao piloto da biblioteca, a nascente de onde rompem letras, palavras, frases, espera que venha alguém para encher a sua cabeça de aventuras e sonhos!

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 O interior da biblioteca ambulante, apesar de arejado não impede os 32º graus que o termómetro regista, as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra avançam de aldeia em aldeia transportando as histórias para quem as queira ler com sofreguidão, morosidade, como lhes aptecer. A tarde incrível neste final de verão, traz os aldeões mais idosos para o largo, á medida que a sombra conquista o seu espaço, este automáticamente se vê ocupado por eles. A troca de palavras, opiniões, ideias, é uma forma de entretenimento de alguns, a leitura e os livros nunca foi entusiasmante, vitímas de ingressarem no mundo do trabalho acabados de sair debaixo das saias das mães, não tiveram oportunidades, coragem, meios, de prosseguirem a escolaridade. Mesmo assim a biblioteca mostra-se acutilando os seus olhares com as histórias!

19 Set, 2018

Ti Piedade

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- Abandonam a terra que os criou, não se vê ninguém, casas todas a cair. - Diz a Ti Piedade! Revoltada, mulher de oitenta e seis anos, vai a São Facundo e volta a pé. O cemitério é a causa da viagem desta mulher à outra aldeia, o irmão que a amava tanto em pequena repousa nesse pedaço de terra eterna! A biblioteca ambulante surge nas aldeias também para tentar inverter o desamparo que muitos destes aldeões passam diáriamente. Com os filhos distantes, vizinhos nem vê-los, entupidos nas suas casas, ou partiram definitivamente, aproveitam os trauseuntes, desabafam as suas mágoas, assim sucedeu hoje  na biblioteca.

19 Set, 2018

Festas

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As festas andam por aí, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a biblioteca ambulante nos meses de estio encontra as ruas das aldeias ornamentadas de faixas estreitas coloridas atravessando-as de um lado ao outro, atadas nos pilares que sustentam fios eléctricos ou telefónicos. Para o viajante que vem de passagem ou chega, é um indício de algo festivo, pagão ou religioso irá acontecer ou aconteceu.

18 Set, 2018

Renovar

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A biblioteca ambulante nas suas viagens e andanças pelas aldeias da minha terra,  cede as suas histórias  o retornar sem interrupções, levando a uns e outros as mesmas,  necessita de renovar o seu catálogo. Evitando assim que os seus visitantes percam a curiosidade de voltar para encontrar outras histórias .