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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Nas vossas aldeias

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A BD é um óptimo incentivo para os mais jovens e não só, se iniciarem na leitura, histórias aos quadradinhos cheias de aventuras, ilustrações que são obras de arte, textos ficcionais, ou baseados em factos verídicos e históricos. Tudo isto e outras histórias nas vossas aldeias aquando a passagem da biblioteca ambulante nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra|

Virão com os pais ou pelo próprio pé

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Ainda a noite se defendia dos avanços da aurora, o firmamento estrelado, principiava a primeira viagem do dia, pedonal até à margem norte do rio. A escuridão à beira do curso de àgua é total, tinha como companhia a minha sombra que durante pouco tempo rompia na desordem da claridade e escureza pela predominância do nascer do sol e da teimosia da noite em se manter. Mais tarde, a caminho para outra partida nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra sou apanhado em flagrante com mangas de camisa, a temperatura muito mais baixa o horizonte cinzento, sem esperança de retrocesso. O outono caíu a meus pés de imprevisto,  desconfortável continuei até à aldeia da Ribeira do Fernando. A escola onde a biblioteca ambulante tantas vezes foi levar e dar histórias a meninas e meninos na idade pré escolar encerrou, foram para outra escola noutra aldeia  perto, é triste, a aldeia fica mais pobre, a biblioteca monmentâneamente fica sem a pequenada. Mas realizou o seu objectivo, quando forem mais desenvolvidos virão com os pais ou pelo próprio pé.

 

A irresponsabilidade é um princípio

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 Tanto a sinuosidade do trajecto da biblioteca ambulante como as copas dos pinheiros e eucaliptos balançando de um lado para o outro são parecidos nos movimentos, só a potência que os estimula é diferente, num a força motora, noutro a força eólica. Deste modo chego nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra à Carreira do Mato. A mercearia e tasca do Ti Zé ambas afreguesados, enquanto na esplanada sentados, aldeões partilham confusões de uns e outros, hoje quis o destino juntar duas maratonistas das aldeias e festas populares, ao serviço dos aldeões a biblioteca que dá aprendizagem e a barraca móvel que dá alegria. Apesar de terem o objectivo de satisfazer o mesmo público, são distintas uma da outra, a responsabilidade e moderação é regra numa, na outra a irresponsabilidade é um princípio, ler até lhes aptecer!

Quando as lêem

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 A pouco e pouco as manhãs despontam mais frias, hoje é um exemplo disso mesmo. O bafejo do vento é insensível para o viajante das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Na aldeia da Pucariça a biblioteca ambulante, não se atreve a estar com as portas excessivamente abertas, há que abrigar as histórias mantê-las despertas para os visitantes terem a oportunidade de acalorar as mãos quando as lêem.

Horas desocupadas

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A tarde abafadiça não afasta os visitantes da biblioteca ambulante na sua deslocação nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, à aldeia do Monte Galego na freguesia de Alvega. Gente humilde mas com mérito, após o trabalho, esperam pela biblioteca para entregar e levar as histórias que irão ocasionar contentamento nas horas desocupadas. 

Não são os de fora

O amanhecer dia após dia torna-se mais preguiçoso, a frescura da manhã mais desagradável obriga o corpo na busca de um agasalho. A meio do dia a energia do sol empurra tudo para traz o que escrevi anteriormente, a tarde chega imponente, a estação anda confusa, chamam-lhe um nome, responde com outro, tem sido assim nestes últimos meses. As viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, regressaram ao sul do território nos seus itinerários, desta vez na aldeia de Àgua Travessa. Esta aldeia em tempos teve um empreendimento turístico, Herdade dos Cadouços, tendo gerado emprego nas gentes locais. Infelizmente o seu encerramento fulminou as esperanças de quem lá trabalhou. A aldeia perdeu fulgor, as visitas, pernoitas e estadias dos forasteiros dos mais variados sítios do país e estrangeiro, nunca mais aconteceram. Atualmente só o forasteiro com as histórias que chega na biblioteca ambulante, faz acontecer. Não são os de fora, mas sim aldeões que buscam o repouso, o lazer, viajando nas páginas dos livros.

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