A despedida do sol na charneca
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O nevoeiro matinal dissipou-se a meio do dia, as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra iniciaram-se com o astro rei na sua plenitude, atirando a sua energia, aquecendo os aldeões na aldeia da Barrada. No largo do café Areias, soam palavras dos homens que por ali estão, a biblioteca ambulante foi visitada, recebeu uma história tardia, não saiu nenhuma, em casa um montículo de outras esperam ser lidas. Na rádio anunciaram a morte do escritor Amo Oz, israelita de nascimento um pacifista pelo Estado da Palestina.
Outra aldeia no itinerário da biblioteca ambulante nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, agora nas Arreciadas, junto da Associação Desportiva e Cultural. A noite ocupa esta povoação, assim como o lugar está preenchido pelo aldeão na sua visita habitual à biblioteca em busca de informação. Em qualquer aldeia deste território, na biblioteca estamos perto de tudo e todos, observada lá de cima, é um ponto de acesso em movimento.
Não param de subir a pequena ladeira ao encontro da pequena igreja, na aldeia do Vale Zebrinho. Uns de carro outros caminhando pelos seus pés, desconfio da morte de alguém. Até o grande plátano, o maior de todo o vale, sente a perda, está desprovido das suas folhas. Aliás o dia das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, acordou com o beijo da chuva. Apesar da tarde pouco conseguida, a beleza continua presente, a cor cinzenta os terrenos verdejantes onde a ribeira se interpõe na divisão dos mesmos, a charneca petrificada, sem brisa nenhuma. Depois há os sons, o chilrear dos pássaros ao longe e ao perto, finalmente as histórias como companhia.