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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

As histórias estão com fôlego

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A abertura do dia dava alento às viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, com o tempo a decorrer não será assim, nuvens ameaçadoras surgem no horizonte. Na biblioteca ambulante as histórias estão com fôlego para rumarem aos lares das pessoas da pequena aldeia de Coalhos. À pouco tempo atrás atravessando a ponte da margem norte para sul, por baixo o rio mais completo mostrava uma aparência calma, a louca corrida das suas águas vinda de Espanha, dá sinais de abrandamento, como que extenuadas, revigoram forças para o que falta percorrer até se misturarem com as outras, salgadas do oceano atlântico. Logo mais abaixo a jusante, o açude permite estancar as águas do rio, transformando-o num espelho de água considerável. Aqui em ambas as margens é possível criar actividades de lazer, é o reencontro do rio com as gentes ribeirinhas, mas também com todos as outras que nunca estiveram tão próximos do rio como agora. Séculos atrás, foi o comércio que criou empatia com o rio, usando-o para proveito económico desta região, com o avançar dos anos o rio deixou de ser predominante, com o surgimento de outros meios de comunicação  despontaram variadas opções. A pouco e pouco a estrada fluvial ficou inavegável para grandes transportes, foi cortada em locais diversos do seu trajecto para alimentar a produção de energia eléctrica. Até à bem pouco tempo as suas águas o seu ecossistema a sua história saudável quase se extinguiu com a poluição das suas águas, com vozes clamando por um rio diferente,  até ver, conseguiram que os governantes e todos os que o envenenam,  tentar um olhar de esperança. 

Passeio a pé pelo Largo de S. João

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Manhã agradável para outro passeio, o Largo de S. joão foi o eleito. Actualmente sem muita gente mas com muitos carros, este amplo espaço localizado a norte da Igreja com o mesmo nome já foi designado por Rua Entre Torres,Toponímia abrantina, Eduardo Campos; 1989. Em 1919 a CMA em deliberação  deu-lhe o topónimo de Largo Prior do Crato (TA). Daí  até hoje, segundo o estudo do autor mencionado, não consta qualquer documento da mudança para o actual topónimo, havendo mesmo uma placa já desgastada pelo tempo com o anterior nome do largo. Procurei pela placa, infelizmente aos dias de hoje terá sido retirada em virtude de uma qualquer manuntenção onde estaria colocada, um pedaço de história que mais tarde num qualquer lugar for encontrada, será estudo de futuros historiadores que se debruçarão pela origem da mesma. Não deixem de explorar esta área de acesso a um dos templos religiosos da cidade.

A luta é desigual

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Eis, que de repente a primavera nos entra nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. De certeza que é só uma espreitadela, matar saudades das histórias, das aldeias, dos aldeões, estes aproveitam a folga do inverno. Andam nas hortas, mexem, remexem, cavam a terra. Nalguns canteiros despontam minúsculos pontos verdes, são rebentos de legumes, espreguiçam-se, desafiam o clima arriscando o seu crescimento perante futuras geadas. De volta deles mulheres e homens, com mil cuidados, combatem as ervas invasoras, arracando-as com uma sachola, desimpedindo o aperto aos jovens rebentos. No interior da biblioteca ambulante a luta é desigual entre aquele que ilumina e quem escreve esta história, um leitor aproxima-se, felizmente ainda os há na aldeia de Casais de Revelhos, as histórias agitam-se com esperança na preferência.