Placa toponímica
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A frágil neblina envolta nos vapores libertados na chaminés da corticeira, dão um ar mais denso nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Ao transpor a aldeia da Bemposta dissipou-se, daqui para a frente o viajante das viagens e andanças na biblioteca ambulante pode observar com mais transparência a distância a percorrer à aldeia do Vale de Horta. Na rádio e na imprensa escrita é notícia o terramoto sentido à cinquenta anos, lembro-me de ser pequeno, estar na cama e os meus pais entrarem no quarto a confirmar se estava tudo bem. No alto de Stª António, junto ao Hotel Turismo, estava em construção a torre, uma estrutra de setenta e dois metros, ao serviço das telecomunicações. Uma grua de apoio à construção da mesma, com o abalo sísmico abateu-se sob uma moradia, prococando alguns danos estruturais, sem haver vítimas. Este é o meu testemunho desta forma de manifestação da natureza, na cidade onde as viagens têm o seu princípio. Na aldeia poucos se avistam, a hora de sair da cama por aqui é de madrugada, deixaram a povoação para ir trabalhar ainda de noite, ficaram só os velhos, movimentam-se nas hortas, guardam meia dúzia de ovelhas no pasto, segurando uma vara, na qual se apoiam olhado o tempo de maneira lenta.
A charneca trocou de vestuário, a cor amarela sobeja por todo o lado, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. A biblioteca ambulante na sua viagem ao Vale de Açor, cabe neste panorama, as suas histórias estão abrigadas por peças de vestuário coloridas. O interior é um espaço onde se confundem variados tons, até os enredos mais tristes são absorvidos na leitura de quem lhes pega, pela beleza dos seus trajes apelativos. Muitas histórias enriquecem não só pelas letras, mas pelo inegável traço de quem escreve desenhando, filmando e cantando. A literatura nas suas diferentes formas de se expressar é uma caixinha de surpresas. A biblioteca ambulante, continua a surpreender, a criar emoção a quem a vê, a quem a frequenta e abusa das suas histórias. Continua a ser uma gota que não deixa de pingar, sempre que atravessa o seu território de lugares, aldeias e pessoas.