A agasalhar os nus
Com o verão a ficar despido, as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, continuam vestidas de histórias, de roupas coloridas, de roupas quentes e frescas, umas inteiriças, outras curtas, largas e apertadas, consoante as queiram escolher. Indumentárias que aquecem corpos desnudos de literacia, na totalidade das aldeias das viagens e andanças, a biblioteca ambulante desenvolve um trabalho de costureira e alfaiate ao mesmo tempo, tira medidas, oferece o que veste melhor, mais curta naquela, aquele mais folgado. Assim vai consolidando os guarda-roupas, os guarda-fatos, cada vez mais clientela, até mesmo aqueles que se prestam a deixar copiar não deixam de andar na passarela, levam as histórias a quem ainda não sabe. Hoje na aldeia da Bairrada, amanhã na aldeia de Sentieiras, e por aí adiante a costurar histórias, a agasalhar os nus!