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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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Está difícil de construir uma história hoje, com o pensamento aprisionado numa manhã melâncolica, sem viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Assim estão também as histórias na biblioteca ambulante, retidas, sem poderem abrir páginas, e mostrar as composições escritas. À minha volta dançam através  dos movimentos diários de quem trabalha numa biblioteca, dedos que não param quietos no contacto com as teclas do computador, olhos colados nos monitores, pausas para leituras em diagonal para atingir indexações. Coreografias no arranjo alfabético nas estantes das histórias lidas pelos vários leitores, muitos são os autores, uns mais favoritos que outros, assuntos que não se encontram em nenhum lugar a não ser na biblioteca. O bailado continua no apoio aos utilizadores, os indecisos, os que precisam mas não encontram por muito que os olhos vêem e não vislumbrem. Aconselhar leituras, são passos de tango, entre quem pede e quem orienta, necessitam de muito treino e experiência para não comprometer. Danças com histórias a acontecer diáriamente nas bibliotecas públicas.

Wook.pt - Primavera

 

Sinopse

 

«O que nós queremos é necessidade. Do que nós necessitamos é de querer.»

Richard perdeu a sua melhor amiga, Paddy, mulher que admirava e de quem gostava profundamente. Deprimido e assaltado por incertezas perante o futuro, o velho realizador decide apanhar um comboio em direção à Escócia, sem destino definido. Brit trabalha num centro de detenção de imigrantes, presa a uma realidade que começa a desgastá-la.

Uma manhã, a caminho do trabalho, conhece Florence, uma criança incomum, quase irreal, que acaba por convencê-la também a rumar até ao norte de Inglaterra. E a viagem destas três vidas, carregadas de dúvidas, medos, vontades e sonhos, é não só a sua, como também a do nosso tempo.

Eis a estação da esperança.
Eis a Primavera.

Elsinore, Outubro de 2019

 

Wook.pt - Jorge Amado - Uma Biografia

 

Sinopse

 

Com acesso exclusivo a documentos de família e cartas de parentes, amigos e outros escritores, além de exaustivas entrevistas e pesquisas no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, o livro retraça a história de um dos mais populares escritores do século XX.

Um homem que, saído da Bahia, se tornou cidadão do mundo, amigo de personalidades como Sartre e Saramago, foi traduzido para dezenas de idiomas. Autor de clássicos da literatura que apaixonaram também muitas gerações de leitores portugueses, como Capitães da Areia, Tieta do Agreste, Jubiabá, Dona Flor e seus dois Maridos e Gabriela, Cravo e Canela, com livros que se tornaram sucesso do cinema e da televisão, Jorge Amado tem aqui a sua vida - de homem, de celebridade - recontada com elegância, precisão e fluência quase romanesca.

D. Quixote, Agosto de 2019

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A autonomia energética chegou à biblioteca ambulante, as histórias podem agora ser selecionadas no período em que a noite chega. Sempre foram, só que os paíneis solares fotovoltaicos dão outra amplitude no que concerne à poupança de combustível na produção de electricidade necessária para os leitores permanecerem na biblioteca ambulante. A partir de hoje a luz absorvida através da energia do sol, permite assimilar melhor a clareza das histórias, de modo a não acabar com a presença de leitores.

 

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Quando estacionei a biblioteca ambulante junto da fonte no largo S. João de Brito na aldeia do Tubaral, uma mulher pegando num saco, contendo uma história no seu interior, aguardava pelo viajante das viagens e andanças. A história tinha sido lida pela Sandra, a padeira que todos os dias frequenta a aldeia vendendo pão e bolos, adiantou-se à biblioteca ambulante no largo onde também se demora. Desta vez não teve possibilidade de escolher e levar histórias, no seguimento das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a biblioteca ambulante voltará outra vez a esta aldeia, aí a Sandra poderá retomar a leitura com histórias novas. O cheiro de lenha a arder nas lareiras das casas da aldeia invade a atmosfera, agora não há retorno, até ao final do Inverno e pela Primavera adentro toda a que houver flameja nos dias e noites frias. São momentos agradáveis para se ler, ouvir histórias libertadas oralmente pelos mais velhos, fazer voltar à memória de outros tempos.

Wook.pt - Órfãos de Brooklyn

Sinopse

 

Viver na cabeça de Lionel Essrog não é fácil. Ele sofre da síndrome de Tourette, não controla as palavras. Quando se enerva saem-lhe frases sem sentido, palavrões, berros. Ou então toca repetidamente nas pessoas, conhecidas ou não. Órfão desde pequeno, viveu num lar para crianças abandonadas, até ao dia em que um gangster de Brooklyn, Frank Minna, o foi buscar - e a mais três rapazes.

Cresceram juntos, a fazer biscates, sempre à margem da lei. Lionel, o freak do grupo, não se queixa. Vê no gangster o pai que nunca teve, é aceite por ele, desde que cumpra as ordens. Vive uma existência discreta, ordenada, que cai por terra com estrondo no dia em que Frank é esfaqueado. Lionel, que até a contar anedotas se baralha, tem agora um mistério para resolver e poucas pistas.

Numa Brooklyn povoada de máfias italianas e japonesas, navega perdido, empurrado por uma mente que teima em falhar e palavras que não lhe obedecem. Escrito com uma energia maníaca por um dos mais inventivos escritores americanos da atualidade, Órfãos de Brooklyn é uma tour de force no domínio da linguagem.

Em Lionel, Jonathan Lethem encontrou a personagem perfeita para se libertar de constrangimentos estilísticos, jogar com as palavras, procurar o caos. E que lhe permitiu reinventar um género, neste caso o romance hard-boiled, e torná-lo ainda mais sedutor.

Desconcertante e comovente, Órfãos de Brooklyn recebeu no ano da sua publicação o mais prestigiado prémio literário dos EUA (NBCA) e, no ano seguinte, o mais importante prémio de literatura policial (Gold Dagger). E cimentou a reputação de um autor que, como Margaret Atwood ou Michael Chabon, é especialista em subverter e recriar géneros literários.

Lua de papel, Outubro de 2019

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Sou o gato Astérix, tenho o nome de um herói das histórias da banda desenhada, podia ter sido apelidado por gato das Botas, o da história infantil ou até o Garfield, o gato das tiras do jornal, que se tornou numa estrela de cinema. Além destes há outros mais, como exemplo, oTom, o Frajola, o Snowbell, o Fígaro, Mrs. Norris, todos eles gravitando na animação e sétima arte. A minha origem é remota, da Pérsia, acabou por se transmutar até aos dias de hoje. Trago comigo os genes do meu pai, um gato siamês, oriundo do antigo Sião, actual Tailândia, não sou famoso, mas possuo um conjunto de qualidades e características invulgares. A minha companheira de sempre foi a Pantufa, uma gata preta, de pêlo brilhante e uma cauda deslumbrante. Também ela de origens asiáticas e orientais, foram os seus olhos verdes que me desenvolveram o meu amor por ela. Ainda pequenino fui separado da minha mãe, sabia comer sózinho, embora o leite da mãe me atraísse demasiado, o afastamento não foi para muito longe, os vizinhos do andar de cima adoptaram-me. Fui baptizado com o nome do gaulês mais célebre, fiquei orgulhoso, um personagem que tantas vezes ludibriou Júlio César nos seus consecutivos intrometimentos na Gália.  Foram tantas as aventuras de Astérix com o seu fiel Ideiafix, e o melhor amigo Obélix, tendo este uma força sobre-humana constante ao cair num caldeirão cheio de poção mágica, quando ainda bebé. São histórias viajadas, percorrem aldeias, lidas por pequenos e crescidos, atravessam gerações, mudando de lugares numa biblioteca ambulante, permanecendo fixas em bibliotecas públicas. Na minha nova casa fui feliz, aí cresci, conheci a gata da minha vida, os meus donos foram inesgotáveis nos carinhos e dedicação, brinquei muito, corridas atrás de novelos de lã, de carrinhos de linhas, trepar pelos cortinados, aí os meus donos não ficavam alegres, assim como não resistia aos enfeites das sucessivas árvores de Natal, no início naturais para depois não passarem de uma imitação.  Nunca me cansei deles, até que um dia tive de partir para sempre, nunca os esqueci, também eles nunca me esqueceram e fico feliz por habitarem outra vez com outros dois gatos o Cooper e o Coby.

Wook.pt - O Jornalista Desportivo

 

Sinopse

Frank Bascombe tem trinta e oito anos, uma namorada mais nova e um trabalho como jornalista desportivo. Para muitos homens da sua idade, isso seria motivo de alegria; porém, o desespero ronda-o a cada volta, lembrando-o das suas recentes perdas: o divórcio, a morte do filho mais velho e o ruir do sonho americano – uma vida pacata, na pequena cidade de Haddam, New Jersey.

Implacável testemunho dos desencantos inevitáveis e da corrosão das ambições, O Jornalista Desportivo é um romance magistral que, ao ser publicado em 1984 – iniciando a que mais tarde viria a ser chamada «Trilogia Bascombe» –, projetou Richard Ford para a primeira linha dos escritores americanos, tornando-o um dos mais sérios candidatos ao Nobel.

Porto Editora, Setembro de 2019

 

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