O rio tejo continua castanho mas perdeu a bravura dos dias anteriores, a neblina ainda não se desprendeu na aldeia da Barrada nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Depreendo que tal não irá acontecer hoje, as horas avançam, não tarda a noite cai sem se ver o sol. Também os leitores não despontam, estão agarrados nas suas casas a moldar massas para as filhoses, os coscorões, bolos, tudo o que uma mesa de consoada merece no que diz respeito à doçaria. A aldeia espera que os seus filhos regressem nos dias que se aproximam, que voltem a ocupar as casas onde cresceram, choraram e riram. Tragam confiança aos seus velhos pais, não se esqueçam das origens e que continuem sempre a voltar ou mesmo ficar. Deixando para trás a aldeia a biblioteca ambulante ruma na direcção de outra aldeia, São Facundo, a estrada fura a charneca, onde a água ainda não parou de escorrer dos cabeços e planaltos no sentido das ribeiras, não parando de engordar este cursos naturais. A ansiedade está acima de tudo, é a intuição do viajante das viagens e andanças nesta última aldeia, poucos se mostram, só alguns homens seguram as garrafas das minis nos cafés, o hábito já ultrapassou a vontade. A impaciência que referi atrás é silenciosa não se vê, mas sente-se na povoação. Aqui a preparação está em marcha, até ao final do ano, vêm uns vão outros, é um ir e vir sem parar, mais pessoas, mais automóveis, mais novidades, mais afecto. Depois tudo passa, os dia voltam a ser complicados de superar outra vez, a solidão volta a ser companheira. Só as histórias os tiram da apatia, as aventuras, os personagens o tema, são motivacionais para prosseguirem afastados dos entes mais próximos.