Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

IMG_20200131_160157.jpg

 

As névoas dão o mote para as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, um véu de água miudinha mantém-se desde as primeiras horas do dia. Não sei por mais quanto tempo este envolvimento atmosférico perdurará, mas enquanto as histórias se intrometerem nos lugares que a biblioteca ambulante visita, nenhuma cortina as ocultará, na promoção da leitura. A chuva tomou conta da tarde na aldeia de Martinchel, a colocação de um painel informartivo da reponsabilidade da Junta de Freguesia, no local da permanência da biblioteca ambulante não conseguiu impedir a progressão das histórias no local. Como é possível não recordar os momentos consecutivos das viagens e andanças na aldeia, e complicar a paragem da biblioteca ambulante na terra que administram. As histórias e as leituras nunca deixaram de enfrentar obstáculos, religiosos, políticos, de princípios, regras e preceitos, não é este pequeno incómodo que as fará remover para outro local. Infelizmente de onde deveria surgir o exemplo, a disseminação, o contágio  pela leitura no local, demonstra-se o contrário, ignorando a biblioteca ambulante.

Wook.pt - Os Homens que Salvavam Livros

Sinopse

Esta é a história quase inacreditável de um grupo de poetas e intelectuais residentes no gueto de Vilna - a Jerusalém da Lituânia - que arriscaram a vida para resgatarem milhares de livros e manuscritos apreendidos por nazis e soviéticos.

É um relato de heroísmo e resistência, amizade e amor, de verdadeira devoção à literatura e à arte, baseado em documentos judaicos, alemães e soviéticos, incluindo diários, cartas, memórias e entrevistas do autor a vários intervenientes nessa arriscada operação.

Uma narrativa épica à escala humana de um episódio pouco conhecido dos dias mais negros da Segunda Guerra Mundial, da autoria de um escritor de coragem, rigor, estilo e alcance excecionais.

Editorial Presença, Outubro de 2019

IMG_20200128_170446.jpg

 

A languidez da tarde contrasta com a vontade das histórias de voltarem às viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, com a biblioteca ambulante a ser o farol das notícias nas aldeias de São Facundo e Vale das Mós. A chuva escoltou a biblioteca ambulante durante a travessia do vale largo, onde a estrada está enraizada desde que me lembro, ao longe, os prados que a devoram, estão cobertos por pequenas flores de minúsculas pétalas brancas. Regozijam o viajante das viagens e andanças, se as flores enfrentam o inverno, porque não os leitores da aldeia de São Facundo sairem de suas casas, desafiando a estação mais fria do ano, seguindo o rasto das histórias na sua aldeia. Talvez a hora da permanência das histórias ocorra antes de muitos deles regressarem a casa após o horário laboral, ou estejam numa breve cochilada depois do almoço. A biblioteca ambulante invadiu a aldeia, atravessou a sua via principal de uma ponta a outra, pessoas avistadas não contabilizavam o total dos dedos de uma mão, os cafés vazios, a Junta de Freguesia encerrada, até o mini-mercado estava parco no consumo da electricidade e vazio de clientes. Agora no sítio onde sempre permanece e à vista de todos, cheia de tudo  para fazer acontecer, aguarda que façam uso das suas histórias. Lá fora parou de chover!

Wook.pt - Açores, O Segredo das Ilhas

Sinopse

«Creio-o, assim, mais a ponto de ser lido in loco, com o visitante sentado na paisagem, acima do mar mais belo do mundo, nos miradouros situados a meia encosta, no alto de um cone vulcânico ou de um outeiro, onde lhe seja possível ouvir a sonatina das ondas, comparar a realidade com a narrativa das viagens que aqui vão descritas, escutar o silêncio da terra e dos pássaros suspensos da vertical de qualquer lugar. O livro pode ser lido antes de se partir à descoberta do desconhecido; ou relido no regresso a casa, depois de visitar as ilhas, com o fim de recuperar emoções e aferir as imagens nele descritas pelas opiniões de cada um. Uma leitura posterior à viagem não deixará de constituir uma forma de sintetizar esta aventura sempre tão extraordinária, como sempre há-de ser a peregrinação pelas nove ilhas dos Açores: um lugar turístico, sim, mas também poético e literário à medida de cada viagem e da sua aventura.»
João de Melo

Dom Quixote, Junho de 2016

 

IMG_20200129_170720.jpg

 

Voltei ao vale, desta vez só de passagem, na direcção da aldeia do Pego, está cheio de regatos, de histórias que não se  vêem. O rebanho de ontem já estava no curral, depois de um dia no campo, nas pastagens, os animais acompanham o declinar do dia. Na aldeia do Pego o odor do fumo saído das chaminés das casas baixas, assim como o das carnes do porco nas grelhas aproxima-se das narinas do viajante das viagens e andanças. Quarta-feira, é sempre dia de petiscos nesta aldeia, onde o bucho é rei, há casas peculiares que transformam a carne do porco no carvão numa autêntica iguaria. Gosto do aroma campestre, da combustão da lenha de sobro, é curioso mas as madeiras de diferentes árvores libertam odores próprios quando ardem, são como as pessoas, são como as histórias. O cheiro do papel, da tinta de impressão é maravilhoso, antes de se iniciar a leitura e durante a mesma, é um complemento de um objecto tão bom e importante no nosso progresso. As histórias têm cheiros, «O perfume de PatricK SusKind»  é um exemplo, têm sabores, têm as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra.

IMG_20200129_164207.jpg

 

 No largo, só à entrada do café Areias na aldeia da Barrada se avista alguém, desde que a biblioteca ambulante estacionou, depois de percorridos os primeiros quilómetros das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, no dia de hoje. Os diálogos são seguidos com minis, seguras nas mãos que as agarram, acompanham os movimentos gestuais, quando estes são necessários. Palavras e gestos usados na comunicação destas pessoas, histórias logo ali tão perto na biblioteca ambulante, uma reunião de conhecimentos, na oralidade, na escrita, e no que ela gera. Aldeias e lugares retirados das vivências das cidades, mas comunicantes, não se deixando ultrapassar nos saberes, defendendo as suas culturas na oralidade e na biblioteca ambulante. Pois esta além de possuir fundo bliográfico local, é testemunha das características e valores desta gente.

Wook.pt - O Avô Jacinto e os Macaquinhos do Sótão

 

Sinopse

Na casa do avô escritor, as palavras ganham vida e escondem-se em todos os recantos. No sótão, há macaquinhos, e nos andares abaixo, pulgas atrás das orelhas, ratos de biblioteca, bichos-carpinteiros e outros de sete cabeças.

Na casa do avô escritor, o Miguel, que achava que as palavras estavam trancadas a sete chaves, descobre que a imaginação não se contém e que basta um livro para a fazer voar até ao sótão.

Um conto encantador sobre o poder da palavra e da imaginação!

Editora Minotauro, Junho de 2019

Pág. 1/6