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A padeira que vende o pão, o viajante das viagens e andanças com letras que cede as histórias sem pedir nada em troca, estão sempre no limitado largo São João de Brito, na aldeia do Tubaral. Uma traz o papo-seco, a carcaça, a broa de milho, o pão alentejano, o pão de centeio, o pão de Deus, o caracol. Nem sempre os há, mas quando estão adicionados, os bolos, o rim, o palmier, o guardanapo, a bola de Berlim, o mil folhas e o pastel de nata, são cobiçados de um modo insaciável. Compreendo, ao chegar à aldeia, a padeira já permaneceu noutras ainda o sol estava por nascer, aqui os bolos muitas vezes já são escassos ou raros. Assim a luta pela sua posse é digna de observar, no que diz respeito à biblioteca ambulante, não há combate. Embora haja um número considerável de histórias para todos os gostos, ficção, narrativa, poesia, teatro, áudio e visual. Extensas, curtas, variados formatos estão colocados descaradamente, ao alcance de quem os queira levar e apreciar nas suas casas. Não são as papilas da língua, no caso do pão e dos bolos, mas as histórias geram sentimentos perpetuados na leitura das suas páginas. Não se consomem, ensinam-nos, permanecem connosco até ao fim.