Cruzam olhares...
historiasabeirario

- É a biblioteca! Não gosto de ler. - Ah... Eu gosto. São as palavras que acabei de ouvir, que cortaram o silêncio da aldeia e o som das folhas das árvores balançando ao vento, invadindo a rua. Fiquei à espera que algo acontecesse, o tempo passou, não aconteceu nada. As histórias mantêm-se cheias de sobriedade, apesar da ansiedade e da mágoa. Sentimentos regulares de quem leva histórias pelas aldeias da minha terra. Com e sem máscaras no rosto, as pessoas passam próximo da biblioteca ambulante, trazem hortaliças ou sacos, que mãos cansadas seguram, vêm da mercearia situada ao fundo da rua. Cruzam olhares com as histórias que persistem em permanecer, a controlar os seus desejos. Talvez um dia um impulso as colocará diante dos tramas.
