Curioso, li a caligrafia ...
Hoje o Lucas acenou-me defronte ao espaço de comercialização e montagem de pneus que lhe pertence, a biblioteca ambulante aproximava-se pela estrada que a levava ao Vale Zebrinho, lá estava ele de braço levantado. Nunca estive com ele pessoalmente, somos conhecidos através da amizade numa rede social. A nossa relação não passa disso, temos qualidade para nos saudarmos cada vez que cruzamos, sempre no mesmo sítio, espero que leia a crónica e numa próxima vez quando se aperceber da aproximação das histórias faça um sinal de paragem e a curiosidade o puxe para o meio destas. E porque não ficar vinculado às histórias, leria no tempo desocupado do trabalho, em casa, onde lhe apetecesse, ficarei na expectativa por esse dia chegar. Lembrei-me, na semana anterior, uma leitora, não o era ainda, quando entrou na biblioteca ambulante, questionando se havia dois títulos de um autor, foi aconselhada pelo seu médico a lê-los. Curioso, li a caligrafia do médico escrita no papel receituário com os títulos e nome do autor dos mesmos. Médicos como este não haverá muitos, apostando na leitura algumas doenças da actualidade não se afirmariam nas pessoas fragilizadas. A biblioteca ambulante ficou assim ligada a mais uma leitora, aqui todos têm acesso a medicamentos literários que os farão esquecer todas as maleitas importunas.