O coreto no centro do ...
Hoje trago roupa suficiente para enfrentar o ar gelado nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Os constantes avisos meteorológicos na rádio, na televisão, avivaram-me, logo de manhã quando pus os pés no chão frio do quarto pensei primeiro na roupa que teria de usar, um escudo eficaz, oponente ao excesso de frescura. Neste momento no meio termo do dia, a camisola de gola alta, de lã (até às orelhas) que envergo, faz-me lembrar que estou dentro de um saco. O calor insuportável dá mau estar, não podendo despi-la aguentarei que nem um estóico até que o frio regresse outra vez, não irá agarrar-me desprevenido, fico melhor com esta segurança. Esta temperatura refreou a vontade de ler de alguns leitores, só os firmes defrontaram a escassez de calor presente na atmosfera, não vi nenhum trazendo o pescoço encurralado por golas, trouxeram apenas as histórias que os ajudaram a alhearam-se dos dias invernosos. Noutra aldeia, protegido na sombra de um prédio estou aliviado da situação aflitiva vivida há momentos atrás. Numa das extremidades do largo do coreto, a biblioteca ambulante é uma porta grande a convidar o acesso à circulação no seu interior, aqueles sonhadores por lugares fantásticos. O coreto no centro do largo é um sítio esplêndido para músicos e pessoas darem largas à imaginação, a tocar e a ouvir. Mas nenhum destes espaços mágicos é atractivo para as gentes locais ouvirem as palavras musicadas conduzidas sobre rodas e melodiosas no palco.