Serão eles os livros do futuro?
Março marçagão manhãs de inverno tardes de verão, têm sido assim os últimos dias nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. O azul primaveril conquistou a aldeia, os pequenos prédios a plagiarem a cor do céu estão vazios, eventualmente, nos dias de descanso, nas romarias da aldeia, abram as portas, tragam os filhos ausentes. Estes trazem outros, gente nova, diferente, articulando línguas novas, a mostrarem que a aldeia não lhes diz nada. Desenraizados dos lugares onde os pais e avós nasceram deabulam exibindo roupas exuberantes, com parcelas do corpo registradas com figuras diabólicas. Memórias, amores, saudade, desenhados na pele, as histórias das suas curtas existências. Como serão estes corpos na velhice, as folhas humanas estarão totalmente rasuradas de pequenas frases, com outras formas, serão eles os livros do futuro?