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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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Lá fora o sol está queimoso, cá dentro o calor da leitura provoca risos e choros. A história desenrola o novelo de palavras, de mão em mão as linhas vão preenchendo pontos, lugares ocupados por memórias arrumadas. As palavras lidas em voz alta chegam a esses sítios intímos, as linhas são boas condutoras, conduzem despertadores de sentimentos, alertam desatenções, pequenos pormenores. A hastezinha de aço não para, puxa a linha atrelada, pica, pica, pica, sem se cansar, as palavras penetram, trazem a tona lembranças,  continuam a despregarem-se das páginas. As vozes diferentes soltam-nas, nalguns casos a frase lida causa embaraço, ou a palavra fica encravada na garganta, não conseguem. Outra agarra na agulha, progride a avivar a linha para não se perder o fio à meada em que o novelo se encontra. Estão nisto num pedaço de tarde a envolverem-se na história, alheadas do afastamento, da velhice que as acompanha, lêem umas para as outras, gosto de as ouvir.