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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

 

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Início de semana chuvoso nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a pacatez nas actividades rurais não se altera, os animais pastam desatentos ao que os rodeia, fixam o focinho na erva e ali estão a ruminar até as barrigas estarem saciadas. A biblioteca ambulante por direito próprio faz parte do território, da paisagem campestre. Habituaram-se à presença das histórias, a sua passagem deixa no ar o cheiro da tinta acabada de imprimir as notícias nos jornais. Aromas tentadores para se dirigirem ao encontro desta no largo, na rua principal, próxima do café, nos lugares onde gostam de palavrear. No Cabrito, o movimento junto aos cafés está no apogeu, as pessoas a entrar e a sair, automóveis mal arrumados, largam-nas, outras debaixo do guarda-chuva, caminham apressadas, terminaram o almoço, agora é tempo para beber um café, fumar um cigarro, meia dúzia de palavras, e partirem na direcção do trabalho. Operários fabris, da construção civil, trabalhadores rurais, reformados têm como ponto de encontro ambos os estabelecimentos. Há quem se aperceba da presença da biblioteca ambulante e venha ao encontro para pedir um jornal local, periódico disponível para quem o queira levar, usa-lo até as letras serem totalmente consumidas. Uma arma de arremesso para atrair leitores, foram assim alguns conquistados, são frequentadores da biblioteca, apaixonaram-se pela leitura.