Tudo misturado numa orgia ...
A música do rádio embala-me, e a escrita começa a correr na folha de papel imaculadamente branca. A pureza da substância de origem vegetariana anima o viajante das viagens e andanças a explorar o desconhecido, a deixar a peugada, o rasto se assim quiserem. Não é mais com o que faz a conduzir a biblioteca ambulante, os dias nunca são iguais, a expectativa não esmorece, a possibilidade, nunca a impossibilidade, de encontrar novos leitores, pessoas novas são a grande vontade da biblioteca ambulante. Após ter manobrado o volante pelos meandros das áreas habitacionais situadas no sopé do outeiro onde a cidade criou as suas raízes, observo a existência de um estabelecimento novo no aglomerado dividido pela rua que me trouxe ao estacionamento. A mercearia será impactante na vida das pessoas da zona no futuro próximo, a proximidade traz vantagens a todos, seria bom as mesmas estenderem-se à biblioteca ambulante. O arroz, as massas, os legumes, (até o vendedor anónimo com a porta traseira do seu carro a retirar roupa para vender), o vinho e as histórias. Tudo misturado numa orgia de necessidades às funções de um organismo, com a mente a ser reforçada pela leitura e poder gerir da melhor maneira o festim.