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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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A temperatura intrometeu-se de tal maneira na manhã, adivinho um dia quente nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Mais logo a primavera varre o inverno, embora fiquem por aí umas migalhas de frio ou chuva, afoitas a manter-mos alguns agasalhos por precaução. A charneca verdejante convida os forasteiros a conhece-la melhor, os trilhos conduzem-nos a lugares incógnitos, é mais ou menos estarmos a seguir as palavras de uma história, os caminhos são irregulares, com pedras. Na história somos muitas vezes apanhados de surpresa por vírgulas a travarem a marcha, ou a pararmos no ponto final, a saltarmos o parágrafo e continuarmos na linha de baixo. Na charneca alguns percursos terminam abruptamente nalguns trajectos, voltamos ao início ou experimentamos atalhos para avançarmos na caminhada. Em tudo semelhante à leitura da história, a aventura prossegue nas páginas e na charneca, os imprevistos, apressados, mais lentos, dependendo do entusiasmo e do cansaço. Finalmente atingimos o destino, assimilamos através da observação as pequenas flores silvestres, animais admirados pela nossa presença, respiramos ar mais sudável, um final feliz. A história termina na paragem do autocarro, o saco verde cheio de livros, o leitor e o seu amigo, outro final alegre.