Com as mãos a tentarem ...
As crianças barafustam no interior da biblioteca ambulante pela posse das histórias, não há sossego, passam pelas mãozinhas sem tempo para se hospedarem, são miradas do avesso, diagonalmente, ou como lhes dá mais jeito. A pequenada não consegue ainda interpretar as letras de mãos dadas umas com as outras, continuando a conviver, a repetir as visitas à biblioteca, ajudados pela professora, iniciarão um dia a leitura. Adultos e gaiatos misturados, procurando histórias, imagens informando conhecimentos rudimentares sobre alguma coisa. Na biblioteca ambulante o feitiço acontece, as crianças e as histórias actuando simultaneamente, enquanto os olhares experientes se distraem com tamanha festa. A tarde atraiu a languidez no viajante das viagens e andanças, a temperatura curiosa no largo do Cabrito, o pano celeste manchado de nuvens extensas estão a proporcionar o resultado. As viagens não tardarão a terminar, noutro largo a pequenada recreia-se no parque infantil, aqui a bola não descansa, lançada de um lado para o outro, os braços estendidos na direcção do objecto esférico, com as mãos a tentarem agarrar o futuro.