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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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Há circunstâncias nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, nas palavras escritas nas histórias, nas pessoas, que implicam captar momentos mais profundos. Foi o caso da fotografia do tocador de acordeão agarrado pela objectiva da máquina de perdurar ocasiões. Desde pequeno colheu os ensinamentos do avô, do pai, agora com demasiado tempo para ser usado, entretém quando pretendido as pessoas nas romarias, em bailaricos, na biblioteca ambulante, mais recentemente. Insisto  na fotografia, porque nos momentos em que as notas musicais pairavam no ar, o encantamento generalizado era manifestado por quem as ouvia. Às estradas do passado as melodias levaram os leitores, eu próprio, a viajarmos, a trazer-mos as memórias de volta, montadas nos dó, ré mi, fá, só, lá, si, a listagem não tinha fim, somente as músicas lidas na pauta imaginária e tocadas pelos dedos hábeis, nos calavam. Não desbaratávamos as interrupções, corríamos imediatamente há ligação com o tempo decorrido, presenteando-nos com os relatos de cada um de nós. O tocador e as suas histórias musicais, a oralidade nas palavras populares, narrando os usos e costumes, da história íntima do nosso país.