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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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Completei dez anos ao serviço das pessoas, dos leitores, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Trouxeram uma surpresa, levaram-me a uma costureira para realizar medidas, altura, largura, para um vestido novo, de padrão diferente, com estampas no tecido, marcadas pelo património abrantino, os livros, os quais Abrantes sempre partilhou nas suas bibliotecas, ainda na primeira metade do século XIX até aos dias de hoje com os leitores. Os monumentos onde o castelo é sem dúvida a estrutura mais emblemática, a doçaria, onde a Palha de Abrantes é a rainha, as janelas floridas ou a Torre de Telecomunicações, adaptada no Natal a uma gigantesca árvore de Natal. Foram dias de um nervosismo entusiasmante,  o tecido, a complexidade do corte, as cores, os ornamentos as constantes visitas à costureira. Um espaço desconhecido para mim, cheio de tecidos, com protótipos cuidadosamente pendurados, o pavimento parecia um jardim florido, com bocados de panos e fios espalhados no pequeno atelier, parcelas descartadas pela  incansável costureira, as provas, a bainha umas vezes subida, noutras baixa, até ficar na medida certo. O mais inquietante, foi não ter ido às aldeias ao encontro dos leitores, andei desesperada sempre com as histórias dentro do meu corpo e sem as poder dar. São tantos os dias que passam sem acolher um leitor novo, uma labuta diária a mostrar as histórias, apelando à aproximação das pessoas. Ficar estacionada alguns dias prejudica a regularidade, a leitura, dos inseparáveis das histórias, o divórcio dos leitores com a biblioteca ambulante assalta-me sempre nas ausências. Quero estar bonita, e ousei ausentar-me, novamente na estrada, vejo as contemplações pousadas na carroçaria, ando empavonada pelos olhares de cobiça das pessoas. Ainda não mencionei o viajante das viagens e andanças, ostenta um ar de felicidade, mantém uma velocidade moderada na estrada, na aproximação às aldeias desacelera, para os locais poderem observar e perceber a imagem nova da biblioteca ambulante.

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Completei dez anos ao serviço das pessoas, dos leitores, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Trouxeram uma surpresa, levaram-me a uma costureira para realizar medidas, altura, largura, para um vestido novo, de padrão diferente, com estampas no tecido, marcadas pelo património abrantino, os livros, os quais Abrantes sempre partilhou nas suas bibliotecas, ainda na primeira metade do século XIX até aos dias de hoje com os leitores. Os monumentos onde o castelo é sem dúvida a estrutura mais emblemática, a doçaria, onde a Palha de Abrantes é a rainha, as janelas floridas ou a Torre de Telecomunicações, adaptada no Natal a uma gigantesca árvore de Natal. Foram dias de um nervosismo entusiasmante,  o tecido, a complexidade do corte, as cores, os ornamentos as constantes visitas à costureira. Um espaço desconhecido para mim, cheio de tecidos, com protótipos cuidadosamente pendurados, o pavimento parecia um jardim florido, com bocados de panos e fios espalhados no pequeno atelier, parcelas descartadas pela  incansável costureira, as provas, a bainha umas vezes subida, noutras baixa, até ficar na medida certo. O mais inquietante, foi não ter ido às aldeias ao encontro dos leitores, andei desesperada sempre com as histórias dentro do meu corpo e sem as poder dar. São tantos os dias que passam sem acolher um leitor novo, uma labuta diária a mostrar as histórias, apelando à aproximação das pessoas. Ficar estacionada alguns dias prejudica a regularidade, a leitura, dos inseparáveis das histórias, o divórcio dos leitores com a biblioteca ambulante assalta-me sempre nas ausências. Quero estar bonita, e ousei ausentar-me, novamente na estrada, vejo as contemplações pousadas na carroçaria, ando empavonada pelos olhares de cobiça das pessoas. Ainda não mencionei o viajante das viagens e andanças, ostenta um ar de felicidade, mantém uma velocidade moderada na estrada, na aproximação às aldeias desacelera, para os locais poderem observar e perceber a imagem nova da biblioteca ambulante.