Sei quando volta o período ...
A tarde está estranha, há ribeiros a perderam o sorriso, a água esgota-se, ficam as pedras, camas onde ninguém se quer deitar. Será por isto, que hoje os leitores desistiram de se juntarem com as histórias na biblioteca ambulante. Mencionei a anormalidade a envolver esta parte do dia, possivelmente os leitores caíram neste vazio e não conseguem subir, voltar para as histórias. Sei de um, assíduo leitor, de um momento para o outro, a vida pregou-lhe uma partida, perdeu a mulher, cometeu despropósitos, deixou de visitar a biblioteca ambulante. Foi institucionalizado, sempre ouvi dizer na oralidade das pessoas mais velhas, sábios, estamos começados, não sabemos como acabamos, qualquer um no seu perfeito juízo pode perder a alegria repentinamente, como os ribeiros perdem a água. Sei quando volta o período das chuvas, um tempo cada vez mais raro, a água voltará a correr, e a esconder as pedras. Sei onde o leitor está formalmente resgatado, não é longe do estacionamento da biblioteca ambulante na aldeia onde está adoptado, meia dúzia de passos, verá as histórias acenarem-lhe. Serão elas a submergir as pedras que lhe interromperam o caminho, voltará a ler, a perder a estribeira, desta vez a trilhar enredos.