Os quais passaram a ser ...
As palavras não se calaram, as histórias continuam por cá, apenas a biblioteca ambulante está ausente das aldeias da minha terra. Os gritos moribundos das pastilhas dos travões, enfraquecidas de palmearem estradas e caminhos, os quais passaram a ser literários por vontade das pessoas, pelo apego obstinado do viajante das viagens e andanças. Não quero imaginar os clamores dessas pessoas, dos leitores sem histórias, privadas da presença da biblioteca ambulante, de pressentirem o retrocesso da solidão. De um momento para o outro deixaram de contemplarem a história de Abrantes estampada na estrutura da biblioteca ambulante. Daqui, onde estou, enclausurado, monge dominicano impossibilitado de pregar, de anunciar a boa nova às aldeias, divulgando os ensinamentos que as histórias dão, estou sem rumo na corrente maneirista da arquitectura dos claustros. As rosas brancas abrandam o devaneio que me assalta constantemente, os seus espinhos alertam-me da realidade, as viagens e andanças virão depois e não agora.