Absorvidas pelo tempo ...
Entrei na rua que rasga a aldeia, de um lado e outro as fachadas das casas continuam engalanadas, assim como o principal acesso. Atravessam-no superiormente arranjos florais coloridos com motivos variados. A festa na aldeia terminou, certamente foram dias eufóricos para as gentes da Amoreira, ficaram as memórias. Está escrito nas paredes, nos muros, nas ruas, o empenho que tiveram para acolherem os familiares, os amigos e forasteiros na sua terra. Com palavras diferentes as mãos escrevem nas folhas e paredes. Absorvidas pelo tempo como se um mata-borrão as pisasse, as últimas não irão perdurar materialmente, ficam as impressões retidas para voltarem no próximo ano. As primeiras multiplicar-se-ão na cultura livresca, na biblioteca ambulante. Ambas avançam no tempo, narrando as histórias da comunidade.