Os avôs trazem os ...
Os automóveis ocupam os lugares destinados ao parqueamento no centro da aldeia, a biblioteca ambulante não teve outra solução do que improvisar um espaço para permanecer no Souto. Em pleno mês de Agosto, os filhos da terra regressaram para gozarem alguns dias das férias. Bronzeados pelo sol das praias onde se mantiveram nas primeiras semanas, passeiam-se na rua mais importante da aldeia. Os gigantes chapéus na esplanada do café, protegem-nos do sol atrevido enquanto saboreiam o café matinal. O rumorejar das conversas chegam ao viajante das viagens e andanças, o som é interrompido quando o relógio da igreja decide prazentear as onze horas, alto e bom som. Depois de uns meses de ausência da aldeia, os diálogos são renhidos entre eles, as curiosidades, as novidades, sobre a aldeia, dos lugares de onde vêm, sobrepõem-se a quaisquer problemas. Os avôs trazem os netos pela mão à mercearia, estas visitas, fazer ver aos outros, trazem sempre recompensas aos pequenos, quase sempre saem a segurar nas mãos um chupa-chupa, ou um gelado. No cemitério local as flores novas e coloridas relembram a continuação dos entes queridos no seio da aldeia, desviam os momentos mais difíceis. As ruas engalanadas anunciam a festa no final da semana, os automóveis guiados por aqueles que pretendem beber um café depois do almoço, na Sociedade Recreativa, continuam a surpreender o viajante das viagens e andanças, aos olhos de alguns, são veículos do outro mundo. Do interior destas diabólicas máquinas ressaltam olhares esbugalhados na direcção da biblioteca ambulante, oriundos do novo mundo, do distrito de Lisboa, não sabem tudo.