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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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A tarde não trouxe nada de novo, o calor mantém a escala acima do que devia estar no mês de Outubro. O outono, tarda a deitar-se na cama de folhas, e sonhar com castanhas assadas, de provar a água-pé, estar rodeado de calor humano a celebrar a velhice do ano corrente. A utopia na qual aprendemos a viver, é o pesadelo que acordará a estação actual, para a realidade, tudo transformado, a instabilidade climática, as guerras, a hipocrisia dos homens. As histórias sobre o outono, não vão mais, serem as mesmas. As palavras deixarão de estarem protegidas pelos  agasalhos, com as mantas cobrindo as delgadas pernas que suportam a leitura, estas não aquecerão os leitores no final dos dias, ou pelas noites dentro. Apesar de continuarem curtos, o sentimentalismo será secundário, a predisposição para andarmos embrulhados nas páginas, perseguindo personagens, tomando partido deste e daquele, sem descansarmos, não terá o prazer que temos tido até agora. Felizmente a biblioteca ambulante tem as histórias para os momentos certos, os que nos dão alegria, as que foram escritas no tempo como sempre o conhecemos. A biblioteca ambulante é uma cápsula do tempo, regressem ao passado para lerem histórias do presente, e despertarem para as do futuro.