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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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O panorama matinal antevê outro dia de chuva, montanhas de nuvens cercam o céu azul sob as aldeias da minha terra. Na margem sul do rio, um tractor com a sua alfaia a reboque reescreve a terra, narra a história do homem dependente do rio, que a submergiu vezes sem conta. A rebeldia da terra negra, arrasta a máquina agrícola de um lado para o outro, até o caderno estar com as linhas feitas. A escrita vem depois, antigamente atiravam-se com a mão à terra as letras, agora é o mesmo tractor com outra alfaia que as distribui detalhadamente. Depois, noutra estação, mais adiante, conseguimos decifrar o que os escrevedores na terra expuseram, searas ..., histórias que só a terra sabe contar.  Este período não traz muitos leitores à biblioteca ambulante, a colheita da azeitona afasta-os das histórias, a Maria é um deles, veio devolver uma história, não entrou para apanhar outra, como anda a fazer nas oliveiras com as azeitonas. No campo são as árvores, os frutos destas, os legumes, as hortaliças e os animais que comandam as pessoas.