Alegria no céu e na terra ...
A chuva voltou a desabar, os tambores do céu ouvem-se a ribombar ao longe, a festa celestial desfaz-se em lágrimas. Alegria no céu e na terra, nas planícies e na charneca, pelas aldeias da minha terra, as ervas a despontarem, os ribeiros a engordarem, são as letras a preencherem uma folha em branco, há muito desabituada da tinta a escorrer pela ponta do aparo. Ambas alimentarão os animais, os leitores, satisfação nas viagens e andanças. O sol volta a brilhar, no alpendre, no acesso à entrada do Café Areias há quem aproveite o calor, sentado com as pernas expostas aos raios solares. A temperatura desceu, a tarde agradável não dura sempre, daqui a duas horas o dia ficará desanimado. Com a noite, os primeiros pedaços de lenha serão lançados ao fogo, com eles abrem-se páginas de histórias, ao som do estalido das chamas a dançarem, avançarão aventuras. Façanhas que enfrentarão assombramentos, contas, impostos disto e daquilo, valores a pagar pela alimentação..., leituras que ninguém quer ler. Recatados em casa, ao ritmo da chuva a cair, das chamas na lareira a cantarem, esquecem o quotidiano, são heróis nas histórias que lêem.