Já estou a ver as folhas...
O dealbar do primeiro dia da semana nas viagens e andanças trouxe temperaturas amenas à charneca, e às aldeias da minha terra. Voltei a ver as pessoas nas ruas destas pequenas povoações, a caminharem pelo campo, exercitando o corpo cada vez mais preguiçoso à medida da passagem dos anos. Continuam a insistirem em dar pancadas fortes na tranquilidade de uma oliveira, símbolo de sabedoria, de paz, de glória e abundância na Antiguidade. Já estou a ver as folhas serem sacudidas na biblioteca ambulante por paus compridos, exprimindo a vontade de quem os segura com as mãos, tentando desprenderem as palavras ligadas nas tábuas, último recurso para superarem o absentismo da informação na aldeia. Atingindo o caminho para a glória e a grandeza nas páginas do conhecimento, a extraírem o óleo temperador da solidão.