Não são maneiras de andar ...
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A corrente de ar entra sem ser convidada, traz o canto das cigarras, a fresquidão numa tarde de verão. Acompanha-a as palavras fortes do vento, as melodias dos pássaros, o eco das páginas nas histórias, a avançarem perante os olhares empolgantes dos leitores da biblioteca ambulante. Talvez seja o motivo pelo qual só ter vindo um leitor à biblioteca ambulante esta tarde até ao momento. Os outros apressam a leitura, falam com os personagens, dizem-lhes para tornarem mais rápido as suas acções nas histórias. Querem terminar, encontrar as respostas, saberem quem foi, rapidamente. Gritam aos personagens para correrem nas palavras, resmungam com o detective por ser lento a descobrir o assassino, ralham com o rei que vai nu. Não são maneiras de andar assim na história, vista-se para sairmos da história. Disseram a Ludmila para deixar de se admirar no espelho, pegar outra vez no pincel, e pintar a história definitivamente. Incentivam o Crisóstomo a deixar a tristeza para trás e arranjar uma namorada, faça-lhe um filho e seja feliz para sempre na história. Despachem-se queremos acabar, queremos começar outras histórias na biblioteca ambulante. A tarde e as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, chegam ao termo por hoje a deixarem palavras ao vento.