A névoa rasteira não permite descuidos na estrada de curvas seguidas, a conduzir a biblioteca ambulante nas viagens e andanças, em direcção ao Tramagal. Acrescentando a temperatura baixa, os cinco graus celcius que se colam no corpo de quem arrisca andar desprotegido, ou sem agarrar uma história nas mãos por exemplo, ainda a privação de leitores que sobe nos lugares do costume, dos encontros verdadeiros e deslumbrantes ao mesmo tempo. Onde a oralidade recruta (...)
Não existe regularidade na leitura, exceptuando uma escassa minoria nas aldeias da minha terra, é com prazer que o viajante das viagens e andanças oferece o jornal local, só para os observar a ler. Alguns estão debruçados de tal modo, parece que querem engolir as letras, mal se lhes vê o rosto. Sabem decifrar o conteúdo escrito, muitas vezes o movimento dos lábios a soletrar expõem a ausência da leitura no quotidiano destas pessoas. Ou mesmo a dificuldade na capacidade de (...)
A sinuosidade da estrada que me trouxe nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, ao Crucifixo e Tramagal, contrasta com as outras duas vias de locomoção alternativas, sendo uma delas já inadequada para o efeito, localizadas mais abaixo. A estrada férrea e a antepassada estrada fluvial. No passado século XVI, um rei que se apropriou da coroa portuguesa, visionário ao mesmo tempo, ordenou edificar no leito do rio uma obra de engenharia hidráulica, o (...)
O sol deu um ar da sua graça, mas foi de pouca duração, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Na aldeia do Crucifixo chove, na biblioteca ambulante as histórias aguardam pelos leitores, a expectativa é grande, pela água que se escoa das nuvens, por ser um lugar onde só de vez em quando um leitor surge. Mais um egnima nas viagens e andanças com letras, uma aldeia com pessoas, têm meios de deslocação próprio, libertam-se do lugar, porquê tanta (...)
Na estrada outra vez com as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a biblioteca ambulante, estacionada na aldeia do Crucifixo, espera que os leitores locais se atrevam a entrar e optar pela história que os atraia mais neste universo das narrativas viajantes. Esta espontâneadade de aproximação trará primeiro a chuva do que leitores, são mais os sinais que vêm de cima, dos que lêem o que os outros escrevem. Na rua principal só os carros dão nas vistas, (...)
Nuvens baixas e cinzentas atravessam o espaço terrestre das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. A biblioteca ambulante ganha ânimo no cais das partidas e chegadas, as histórias sacodem o pó das brochuras, amaneiram as páginas, aprumam as posturas, estão desimpedidas para os leitores da aldeia do Crucifixo e vila do Tramagal. Mãos pequenas, mãos grandes, mãos rudes, mãos macias, mãos novas, mãos velhas, esperam pelas histórias. Muitas partes (...)
Parda, a mostrar a chuva que irá desabar a qualquer momento, assim está a tarde nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, num outono que a pouco e pouco se acomoda. Salta à vista do viajante das viagens e andanças o fumo espesso das primeiras queimadas, enquanto se dirige na biblioteca ambulante para a aldeia do Crucifixo. Ao longe tem-se a ilusão de altas chaminés fumegando, são apenas enormes fogueiras onde se destrói ervas e mato.Na aldeia para o (...)
O rigor da tarde obriga a cuidados, água fresca na geleira da biblioteca ambulante, o viajante das viagens e andanças irá escorrer algum líquido, e precaução é boa conselheira, no cais onde têm início as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra a temperatura na sombra está nos 34º graus. Em plena estrada, onde as trajectórias surgem para a direita e esquerda e assim sucessivamente, reduzo a velocidade, na dianteira segue um casal de ciclistas, (...)
Serpenteando a estrada, a biblioteca ambulante e o viajante das viagens e andanças a dirigi-la, não se cansa de engolir quilómetros de asfalto, na direcção da aldeia do Crucifixo e vila do Tramagal, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. No meu lado direito, mais em baixo, saltando a linha do caminho de ferro, o rio corre em liberdade depois de lhe ser concedida a passagem no açude que o trava quando o homem assim o entende. A aldeia alonga-se desde (...)
O rio vazou, sem encalhar a biblioteca ambulante progride nos meandros asfaltados do curso da estrada que a conduz nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, à aldeia do Crucifixo e ao Tramagal. Até o rio já amansaram, os patos Mandarins que se espraiavam de manhã bem cedo nas margens, lavando a penungem, aproveitando os primeiros raios solares para se aquecerem, não se avistam. Os peixes acompanharam a descida abrupta das águas, evitando assim (...)