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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

29.04.24

A surpresa vence sempre, ...


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A sensação de bem-estar na celebração dos cinquenta anos do 25 de Abril, parece ter sido ultrapassada. O início da semana não sofre qualquer alteração, a preguiça, os dias sem viagens e andanças, é sempre um regresso fatigante. Os leitores talvez padeçam do mesmo incómodo, até ao momento nenhum apareceu na biblioteca ambulante. No bairro onde os prédios altos, e fraccionados, as casas independentes, evidenciam um conjunto de pessoas interessantes. Não anunciam novidades, (...)
08.04.24

Não devemos ser indiferentes ...


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O tempo é democrático, apesar dos defeitos que possui. Nem sempre se apresenta no período exacto do seu manifesto, apesar das previsões mostrarem muitas vezes o contrário. Sermos surpreendidos pela chuva abundante logo de manhã, quando acordamos, prontos para um dia primaveril e soalheiro. Ouvirmos o ribombar inesperado da trovoada ao longe, sentindo a mesma aproximando-se zangada. Usarmos vestuário inapropriado num dia desconcertante para a temperatura prevista, que não (...)
19.03.24

Do esforço do viajante das ...


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Subitamente, dou comigo a olhar as histórias mais recentes na biblioteca ambulante, destacadas, numa posição vertical, debruçadas nas estantes para o pátio das brincadeiras. Como elas, fixo o meu olhar para o mesmo sítio, a sujidade acumulada, vestígios de terra, minúsculos grãos de areias, espalhados no recinto, despertam-me, tenho que deixar a biblioteca ambulante no final do dia, nas instalações onde se limpam e lavam os veículos. O colega responsável pelo serviço irá (...)
29.02.24

Foram raios de sol ...


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Foram raios de sol, os que entraram pela manhã a revirarem do avesso a neblina matinal. Espevitando o estado da prostração, estampada no rosto do viajante das viagens e andanças. Enlearam histórias, como quem liga as linhas nos bordados, retiraram outras para lerem, muita actividade junta para o início da manhã na biblioteca ambulante. Soube em segredo, do descontentamento do proprietário de um café, referente ao estacionamento da biblioteca ambulante, sempre próximo de outro (...)
09.02.24

O vento não as levou, ...


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O vento puxa-me, não quero ir, o arco-íris é a ponte para chegar à outra margem do rio, nas viagens e andanças. O sol rasgou as nuvens ao meio, de um lado há alegria, no outro a tristeza. Em ambos há histórias contadas, há histórias por contar, a biblioteca ambulante está cheia delas. O vento não as levou, não sabe ler, é um conquistador, leva tudo à sua frente, de um momento, para o outro, conquista o mundo. A biblioteca ambulante não é o vento, voa nas asas deste, para (...)
23.01.24

No bairro o mexerico ...


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O nevoeiro esta manhã não motiva ninguém a sair de casa para vir à biblioteca ambulante. Só mesmo quem tem de sair, pelo trabalho, pela necessidade de adquirirem géneros alimentícios, irem à farmácia, tão comum nos dias de hoje, as vacinas, os medicamentos, inevitabilidades sem sucesso, pois continuo a encontrar pessoas a fungarem. Caminham na rua encolhidas, o frio pesa-lhes no corpo, sempre apressadas tentando escaparem às maleitas do inverno. Abri a porta grande da (...)
04.01.24

É mais solicitado do que a biblioteca ambulante ...


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O sol é o amigo, o confidente, o que estimula os ossos velhos, do homem que vê passar os veículos na estrada. Parece o título de uma história escrita por Georges Simenon, a diferença, está na via e no meio de transporte, todas as vezes que a biblioteca ambulante se demora na sua aldeia, vejo-o sempre  de olhar perdido na sua estrada favorita. A única, possivelmente que observa. Também sabe onde estão, onde foram, os que por qualquer razão não se conseguem encontrar, sentado, (...)
07.12.23

Os marinheiros nas histórias e ...


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As viagens e andanças com letras dissipam-se na névoa obstinada, as palavras das histórias diluem-se na água da chuva. A tarde, assim é um romance inacabado, uma história incompleta, faltando-lhe o derradeiro capítulo. A parte onde alcançaríamos o prazer da leitura, a fatia de bolo desejada por todos. O desenlace não vai acontecer, todas as palavras escritas para o expandir, afogam-se nas lágrimas dos personagens, na última parte da história. A guerra, o excesso de poder, (...)
17.11.23

Como as que lemos nas histórias ...


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O sol quente bate-me nas costas, vestígio do verão de S. Martinho, há uma mistura de roupas usadas pelas pessoas a deambularem na fuga que a estrada faz junto ao café. Uns trazem na cabeça gorros de lã, na esplanada, trajam camisolas com manga curta, bebem minis frescas, têm por companhia os tremoços e amendoins. Chegaram mais, combinam a presença num evento automobilístico, a conversa entre eles concentra-se nos automóveis modificados, Tuning. Imitam sons de motores, estão (...)
30.10.23

Aqui não há lavadeiras ...


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Parece-me que a chuva arrumou a trouxa e foi de vez para outras paragens. A névoa, presente, impede a observação do rio adormecido no amanhecer, no leito, há muito que desapareceram vestígios da sua navegabilidade. Nem uma âncora de memórias, visível, há para relembrar um passado rico em navegação e comércio. As passagens frequentes da biblioteca ambulante sobre este, na ponte que une as duas margens, permite ao viajante das viagens e andanças, avistar antigas indústrias (...)