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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

    Na cidade as pessoas caminham ao mesmo tempo que resmungam por causa do frio, de cachecóis abraçados ao pescoço, agasalhos compridos e luvas nas mãos, muito protegidas ainda querem mais. Na aldeia da Foz, a primeira dos anos vinte, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a tarde não consegue travar a noite, no café as taças de vinho nunca estão vazias. As gargantas não estão saciadas das festas recentes, não há ressaca, os festejos continuam. (...)
  Brilhante e cinzenta, são as mudanças da tarde nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Aparentemente estão ausentes na aldeia da Chaminé, só os cães se ouvem ladrar, um ou outro cacarejar, num qualquer quintal, arquitectado nas traseiras das casas baixas que ladeiam as poucas ruas da povoação. Perfeitos paraísos privados, com água no poço, preenchidos por canteiros de flores, de hortaliças, completados de pequenas capoeiras, que asseguram (...)
  A manhã aconteceu a preto e branco, a tarde nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra sucede colorida e quente. Na primeira aldeia, a ausência foi presença assídua, no período em que a biblioteca ambulante se demorou com as histórias. Somente a frescura branda do vento a impulsionar a viagem seguinte para a aldeia da Água Travessa, onde certamente leitores se acercarão das histórias. Na Chaminé são os velhos a população emergente, os outros são (...)
    Meio dia cerrado, de tarde o sol alastrou-se trazendo alma às viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, o destino Chaminé e Água Travessa. Subtilmente molhado o dia todo derivado da orvalhada, das baixas temperaturas, o asfalto ultrapassa-se com precaução, ainda assim a tarde está amena na primeira aldeia a ser visitada pela biblioteca ambulante. Na aldeia de Água Travessa,  despontam leitores repondo histórias, retirando outras, até outro dia (...)
O afecto do sol, vários panos verdes estendidos, mulheres curvadas no olival, o aroma doce dos marmelos, foram sentidos pelo viajante da biblioteca ambulante, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, no destino à aldeia da Chaminé. O campo está alegre, o lagar não se cansa, o medronheiro todo vaidoso com os seus frutos quase maduros. A tarde dourada permite que uma mulher esteja sentada na beira da estrada expondo-se ao sol indicando o ocidente.  Na aldeia (...)
      A luz viva desta tarde golpeia-me a vista, as clareiras no espaço infinito são enormes, mostram a cor azul, apesar do forte exército de nuvens não deixar de nos sobrevoar como se fossem dirigíveis, umas maiores que outras, mas todas no mesmo sentido empurradas pelo ar em movimento. Ainda me estou a habituar ao brilho, é uma novidade nestes últimos dias, a quantidade de calor é superior, as sombras das árvores são bem vindas, acolhendo a biblioteca ambulante e as suas (...)