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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

20.Jan.23

São hoje leitores ...

historiasabeirario
Estou numa luta com a preguiça, conceber a crónica de hoje não está a ser fácil, nunca são. Mas a pouca disposição é mais forte, as nuvens viajantes continuam a tapar e destapar o sol, parece que alguém quer ver como estão as coisas cá em baixo. Provar, para saber se é boa a leitura na biblioteca ambulante, a curiosidade aguça o apetite, assim responderam muitos dos leitores da biblioteca ambulante. São hoje leitores fiéis, são diferentes das nuvens, aproximando-se, (...)
03.Jan.23

O sol quando nasce é ...

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Os acordes do sol já se fazem ouvir após os primeiros terem  estado abafados debaixo do espesso nevoeiro. A manhã está carrancuda, o frio gela as mãos, a primeira leitora em Rio de Moinhos trazia as suas nos bolsos das calças, as histórias balouçavam dentro do saco preso num dos braços. O sol aponta ao meio dia, as gotas de orvalho continuam cintilantes dando um ar festivo ao terreno circundante ao adro da igreja da Pucariça. Na Amoreira o pequeno largo onde tudo acontece está (...)
14.Dez.22

Duas fontes ...

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O fogacho do sol traz outra sensação, imediatamente aproveitado para fumar um cigarro, olhar o vazio, aguardar a correspondência insistindo no retardamento. O sol visita a aldeia no mesmo momento da permanência da biblioteca ambulante. Duas fontes necessárias à vida das pessoas, o sol quando nasce é para todos, as histórias também o são. Na primeira não temos capacidade influenciável, na segunda não é a ausência de instrumentos, ou de uma praia onde as letras e as palavras (...)
23.Nov.22

A pesquisa minuciosa ...

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A escrita é substituída pela agulha e linha à mão, sem abandonar a máquina quando necessário. Um método diferente de transmitir histórias, o fio em vez da tinta, a agulha troca com a caneta, sempre com a mão a conduzir. A pesquisa minuciosa leva o seu tempo, passam as revistas a pente fino até encontrarem a figura que lhes irá invadir o tempo livre. São conquistadas pelo estilo de bordar do recortado e rendado. O escritor opta pela escrita criativa, usando a imaginação para (...)
17.Out.22

Os livros e as árvores ...

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É bom ver chover, como se os livros abrissem as páginas esvaziando as letras, alcançado todos que estão sob as nuvens escuras há demasiado tempo. Não sou adversário das nuvens escuras que transportam no ventre esperança, e vida. As árvores ficam sem folhas com a aproximação do inverno, reduzem o gasto de energia para se protegerem do frio, não morrem. Os livros e as árvores são feitos do mesmo filamento. A história menciona os inúmeros ensaios para eliminar livros e (...)
09.Set.22

A primeira vez que a vi ...

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[Fotografia: edição nº 11.821 do jornal Público ]   O texto de hoje indiscutivelmente menciona a morte daquela que foi a carismática rainha, Isabel II. Com ela terminou o séc XX, testemunha e cúmplice da história contemporânea, destaco a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, Criação do Estado de Israel, Guerra do Vietname, chegada do homem à Lua, a Queda do Muro de Berlim, Dissolução da União Soviética e Assinatura do Tratado de Maastricht, entre outros. A primeira vez (...)
03.Ago.22

Flores ou poemas...

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Há dias que a construção de uma história é laboriosa, enfrentar a ausência do tema, conceber de forma diferente o texto, palavras que não saem, frases escritas para serem imediatamente eliminadas. É como conduzir um automóvel aos solavancos. arranca e para até descobrir a velocidade acertada. Podia começar a escrever que a manhã foi macia demais para o mês em que estamos, quase que chovia, mas não passou disso. Ou então a aldeia da Amoreira onde a biblioteca ambulante (...)
16.Mai.22

Que sejam inseparáveis ...

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Alguns pingos de chuva surgiram no vidro grande da biblioteca ambulante, no exterior possivelmente não os sentiria, tal não é o impacto dos mesmos, nem os oiço a bater. Um manto de nuvens cobre densamente a aldeia da Amoreira e tudo o resto à sua volta. Os ramos das amoreiras, cheios de frutos, movimentam-se de um lado para o outro, como tivessem a acenar às histórias. A opulência destas árvores cria sombra suficiente para abrigar os enredos da aldeia quando o sol está no auge, (...)
10.Fev.22

Quantas vezes...

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A temperatura amena retirou o velho de sua casa. O banco instalado no pequeno largo da aldeia da Amoreira é o mais apetecido logo depois do almoço. O sol dá asas à sua alegria neste espaço insuficiente aos automóveis que circulam. A biblioteca ambulante e uma ou outra viatura para descargas de mercadorias é o que basta para estreitar o local. Exceptuando um ou outro, as histórias para estes daqui são menos desejadas que o sol, o banco de um modo geral tem mais gente a ocupa-lo (...)
26.Ago.21

Só um gato...

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O café no pequeno largo onde tudo acontece, inclusive local de estacionamento da biblioteca ambulante, está encerrado. As férias de alguns habitantes da aldeia da Amoreira ainda decorrem, com isto o núcleo está vazado de gente. Só um gato se atreveu a espreitar, um enigma a tarde de hoje na aldeia, uma coisa puxa a outra, sem o princípio da corrente, não sei se a extremidade terá sucesso. Os diversos diálogos, junto da porta do estabelecimento ao mesmo tempo que consomem (...)