A aldeia mostra fragilidades ...
A aldeia mostra fragilidades com o envelhecimento das pessoas, parece agastada. No Brunheirinho excetuando duas mulheres à entrada da mesma, olhando surpreendidas a passagem da biblioteca ambulante. Até ao momento, o merceeiro a buzinar a sua carrinha, não se fez ouvir. Talvez se tenha antecipado ou andará ainda por outros lugares próximos a negociar os produtos alimentares. Sem ele seria difícil a muitas destas pessoas deslocarem-se para adquirirem tudo o que serve para alimentar. O céu está desengraçado, sem o brilho para dinamizar, as poucas pessoas a saírem à rua principal da aldeia. Algumas ovelhas, e cavalos, deambulam nos pequenos pastos defronte das casas da aldeia. Param bruscamente, virando a cabeça no sentido do som estridente da buzina a aproximar-se do local onde estão. O merceeiro, afinal não tinha passado, a sua voz elevada, substituía agora a buzina, a chamar as mulheres à rua, para se apressarem. Ligeira, rumou a biblioteca ambulante até ao Cabrito, ao largo, onde as suas gentes e forasteiros recorrem depois do almoço, para encontrarem assuntos de conversa para o resto do dia, nos cafés que assinalam os limites do mesmo. Na hora de partirem, põem os automóveis em marcha, para saírem ao mesmo tempo no mesmo sentido, cria-se alguma confusão no arranque e parar logo de seguida. O largo não é assim tão largo para partirem juntos. Um de cada vez, incluindo a biblioteca ambulante, desaparecem deixando rastos de histórias, de fumo, de pneus no alcatrão, da saudade, até ao próximo encontro.