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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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O regresso da chuva retirou força aos  grãos microscópicos, companheiros azucrinantes nas viagens e andanças, aos quais tenho muita hipersensibilidade. Vou ter assim um dia calmo relacionado com as alergias, no resto, os leitores, os empréstimos as visitas à biblioteca ambulante vou esperar e ver o que acontecerá. No Vale de Açor os preparativos para a festa nos primeiros dias do próximo mês prosseguem a bom ritmo, soube por um leitor que é a primeira após alguns anos de interregno. Espalhados no chão uma quantidade de paus compridos em madeira de apoio para estruturas, a área envolvente levou pedra britada, nivelando assim o espaço. A tarde trouxe leitores diferentes, colegas do canil intermunicipal tiraram vantagem da presença da biblioteca ambulante estacionada proximamente e vieram explorar histórias. Por aqui estiveram até terem a convicção das histórias para levarem. Depois foi rumar para outra aldeia, permanecer na sombra de uma tília, e aguardar por mais leitores. Diariamente vou descobrindo a naturalidade cada vez maior das pessoas à presença da biblioteca ambulante nas aldeias e nos bairros urbanos onde vai regularmente. A maneira como a vêem, ou passarem para dentro dela, tornou-se habitual, embora nos últimos dias olham-na com mais atenção. As novas cores e estampas geram curiosidade e interrogações aos que não sabem da transformação, receio mesmo que a vejam sem a reconhecerem. A barreira dos primeiros tempos das viagens e andanças parece estar finalmente a desmoronar-se com a redução progressiva ao ingresso, e iniciação à leitura assídua.