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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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No interior da biblioteca ambulante o ar fresco entra e sai num abrir e fechar de olhos. À boleia do vento leve, chegam alguns fragmentos dos dias das festas, do último fim de semana em Martinchel. Os enfeites coloridos dançam presos nos fios atravessando as ruas da aldeia. A corrente fina, agarra-os com força, não os deixa voar livremente. Informa os forasteiros vindos pela corrente de substância escura, usada no revestimento das estradas, conduzindo os automóveis lustrosos matriculados no estrangeiro, de um período de tempo dinâmico na aldeia. Foram dias de muito movimento, juntando as pessoas da aldeia, o calor das gentes da freguesia, dos que vêm de fora, dos que regressam por pouco tempo. Uma fogueira afugentando os dias frios do resto do ano, a solidão, a debilidade do interior. Dias que falaram palavras diferentes, ouço ainda expressões das línguas estrangeiras, dialectos da capital, de outras regiões, é o vento que os traz. Misturam-se no meio das histórias, estão no sítio certo, na biblioteca ambulante. A festa terminou, as férias continuam, o final do mês irá rasurar a alegria, as pessoas. Voltarão a reescrever-se no próximo ano.