A fidelidade também a tem ...
As cegonhas regressaram, é impressionante observa-las equilibrando-se nos ninhos situados no cimo dos paus que ajudam a passar os fios da electricidade, das comunicações, cravados no solo. Nas chaminés, nas torres sineiros das igrejas, à beira da estrada, no campo juntamente com os animais procurando comida, chegam de África, atravessam o Sahara a desejar que os ventos no estreito de Gibraltar estejam de feição para o transporem até às aldeias da minha terra. São viajantes do tempo, são fiéis aos ninhos, todas as vezes que voltam, o ninho é sempre o mesmo. A fidelidade também a tem a biblioteca ambulante, retoma o mesmo local nas aldeias na sua itinerância. Os leitores encontram-na, as histórias podiam ser os ovos. Na concha das mãos são chocados, são decifradas, em ambas os exemplos nascem criaturas novas.