A leitura à boleia...
O silêncio no vale ouve-se por toda a parte, não é estranho esta ausência de ruído, a vida animal colabora no momento, que se esconde à vista. Aquele ruído peculiar da cedência de uma página para a outra não existe, o silêncio das histórias é severo no vale. O silêncio das pessoas é preocupante, os velhos não conseguem fazer-se ouvir, os gritos da solidão não têm força, não há lugares com vista para o mar. Há janelas olhando o vento que lhes levou os filhos, saltaram sem olhar, contemplam a escuridão que um dia há de chegar. A leitura à boleia do silêncio quebra a solidão, bravura que poucos têm, não lhes levo a mal, todos têm lugar na folha de papel, leito inesgotável de histórias.