A necessidade do pão...
O açoite do vento não é violento como o que ocorreu ontem, embora tenha momentos em que perde a calma puxando o ar frio novamente. Só a paragem da padeira tirou as pessoas de casa, a biblioteca ambulante, estacionada no Largo de S. João de Brito na aldeia do Tubaral, onde tudo acontece, não tinha sequer visto um gato. A buzina estridente alertou as pessoas, apressadas, tremendo de frio, chegaram junto da carrinha da padeira e das histórias. A necessidade do pão, trouxe o apetite pela leitura nalguns, não foram de mãos a abanar, levaram histórias e pão. Inevitavelmente promovendo-nos uns aos outros, os que andamos na estrada, pelas aldeias, calcorreando a charneca, negociando, a dar, o pão, o peixe, a fruta, os legumes, as massas, a carne e a roupa, as histórias. Há dias em que permanecemos juntos, numa rua, num largo, nos locais onde sabemos que é ali que eles estão, onde procuram e recebem as novidades do carteiro, uns dos outros, da comunidade.