A porta grande aberta...
A impetuosidade do vento sacode a biblioteca ambulante na estrada que a leva à aldeia do Pego, as histórias agigantam-se perante a possibilidade de elas próprias serem transportadas mais rapidamente no corpo deste fenómeno natural. Tal não irá acontecer, a condução prudente do viajante das viagens e andanças coloca-as em segurança na aldeia. A porta grande aberta, desperta a atenção a quem passa no passeio, olhares curiosos penetram no interior da biblioteca, ficam por aqui, novamente no exterior, os olhares seguem noutras direcções. A loja agrícola mantém uma actividade constante, sempre que a biblioteca ambulante permanece próxima, as pessoas não se cansam de adquirir plantas jovens, árvores, alimentação para os animais, instrumentos para conseguirem trabalhar na terra. Um território predominantemente rural, onde a agricultura de subsistência tem grande impacto nas pessoas que o habitam. As árvores direitas, com os pés enterrados na terra dos vasos, esperam que as levem para os lugares onde possam crescer, até ao dia em que darão frutos. As histórias, como as árvores estão na mesma situação, alinhadas nas estantes, mas ao contrário destas, aguardam que as levem, e esses que as agarram pelas brochuras frutifiquem usando-as.