A resistência da literatura não tem limites
Em Alvega, na continuação das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, o vento progride na intensidade, no interior da biblioteca ambulante as histórias são sacudidas pelo sopro ríspido, sem vergonha entra com velocidade e sai ainda mais rápido. Esfria o viajante das viagens e andanças que não está preparado no seu traje para este arrefecimento abrupto. As folhas na parte superior das árvores dobram de uma lado para o outro, em conformidade com a ventania súbita. O largo é um vai vem de carros e motorizadas que param e arrancam apressadamente, pessoas a sair, a desmontar dos veículos, o café é o destino, na esplanada já estão outros sentados aquecendo-se ao sol que já se demora a deitar, cervejas e tabaco á mistura de diálogos, distraiem quem já terminou o dia de trabalho, quem está reformado e quem subsiste com rendimento social. Literados e ileterados gozam assim o final do dia, perto deles as histórias que não os seduzem não os largam, são rodopiadas pela força do vento propagando as letras. Quer queiram ou não a resistência da literatura não tem limites.