A rua é um traço preto ...
Na aldeia da Amoreira as nuvens tiraram o sorriso que a manhã mostrou desde o seu início. A perda da expressão facial desta, não dificulta os seus habitantes de exporem à vista do bibliotecário da biblioteca ambulante, pessoalmente, o seu sorriso, a saudação, com um gesto da mão, ou erguendo um braço, ao passarem próximos das histórias. Não frequentam o espaço onde a criatividade está presente, de braços abertos, a quem queira conhece-la, ficar íntimo, ou mesmo abraça-la para o resto das suas vidas. Gostam de manifestar afinidade por quem visita a sua aldeia, sabem da necessidade dos leitores da aldeia, renovarem a leitura, com histórias diferentes. Da importância que estas têm no quotidiano, das pessoas, ocupando os períodos de lazer. Quando os afazeres nas hortas os libertam, no repouso, de uma longa observação ao tempo a passar. A rua é um traço preto onde o tempo continua a atravessar, as pessoas que o vêem vão-se revezando com a transição dos anos. A melancolia do lugar é duradoura, após o período do almoço, nos dias em que a luz do dia se apaga com facilidade. De vez em quando alguém percorre a rua de uma ponta à outra, um saco debaixo braço, transmite que se dirige à padaria, no sentido contrário, a fumar um cigarro, saiu do café após ter bebido uma bica. Outros exemplos poderiam ser mencionados, o menos comum, é trazerem nas mãos histórias.