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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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As viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, estão na estrada em direcção à aldeia da Bairrada. Empinada sobre o rio Zêzere, observatório natural de uma grande extensão, o rio, a floresta, interrompida por minúsculas manchas espalhadas de cores alanrajadas. Telhados de pequenas casas edificadas, misturadas com as árvores, segundas habitações, lares permanentes, acessíveis por caminhos estreitos e irregulares. Lugares recompensadores, de independência, previligiados para se ler histórias, para sonhar. Baixando o som do rádio, manifestam-se os sons da aldeia, os pássaros, os galos, o ladrar de um cão ao longe, mais nada. Até o vento está ausente, os leitores há muito que se deixaram de ver, o destaque desta manhã na aldeia, é a biblioteca ambulante, objecto estranho, com rodas, repleta de histórias, e um forasteiro tocando os dedos nuns pequenos quadrados com uns caracteres desconhecidos para uns e letras para alguns, numa pequena máquina. É o viajante das viagens e andanças a escrever outra história, a manifestar o dia a dia das aldeias das pessoas, os costumes, memórias de um passado que já não existe. A tentar lembrar este modo de vida no presente, a ruralidade da sua terra.