A terra está viva
Após a penumbra na ponte das Areias a biblioteca ambulante entra no vale, estendido á sua frente, ladeando a estrada o milharal amadurecido aponta ao céu. Quem ande no seu encalce, num instante desiste, pouco depois volta a acreditar, a sua ocultação motivada pela dimensão vertical do cereal, não é mais que um engano. Prudentemente desliza pelo asfaslto, no interior o viajante das viagens e andanças, atento ao que acontece ao longo da depressão natural, progredindo até á aldeia de Bemposta onde se divide, terminando nas aldeias do Vale das Mós e Chaminé. A biblioteca ambulante com as histórias nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, conclui o itinerário na aldeia do Vale de Horta. A terra está viva, tem brilho, as plantas vaidosas cheias de frutos coloridos, os galhos vergados dos marmeleiros roçam na terra poeirenta, tem maquinaria agrícola, tem pessoas que a amanham, tem gado, tem histórias todos os dias atraíndo aqueles que a pisam.