A vida por um fio ...
As nuvens capturam a manhã como quem esfrega um olho, mais difícil é conquistar leitores, os meios desenvolvidos para o sucesso são quase sempre rituais de namoro. Paragens ardilosas, abordar as histórias tal e qual o comandante de um navio amarra a sua embarcação a outra, para alcançar o futuro leitor. Com os pés assentes onde é possível consultar, ler e levar emprestado, o provável leitor envolve-se num turbilhão de palavras. Submergindo num embaraço de fios onde se prendem letras, pelas quais se orienta e progride no emaranhado condutor de histórias. Puxando-o para o meio, as palavras seguidas umas atrás das outras asfixiam-no de mistério, de amores e desamores, de fantasias. Um mundo desconhecido, vinte mil léguas a perder de vista, muito para explorar, para aprender, basta seguir um fio, a história termina na orla de uma terra de todos que partilham a sucessão contínua de palavras. A vida por um fio, a condição de quem lê e não lê.