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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

16.06.25

Abriu as portas de par em par, ....


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O mês de Junho está de passagem, no espaço intermédio, entre o princípio e o fim deste, conduz um acelarador de vontades, de iniciativas. Evocam-se os Santos, o solstício de verão, casam-se o sagrado e o profano. Há letras no ar, jogos de luzes bailando nas sombras da noite, palavras com sabores a sardinha, a broa de milho. Soltam-se, nos dias de muito aquecimento, ou de muito arrefecimento. Envolvendo-se num abraço ameno, fazendo regressar as pessoas aos bailaricos, às romarias nas aldeias. Não há sobriedade nas palavras, superadas pela alegria, ficam inaudíveis, são demasiado pequenas, pouco importantes. Nas noites de dança, numa sucessão de tempos alternados, consoante as músicas. Neste tempo de festa, a biblioteca ambulante produziu um reflexo das histórias, reagiu imediatamente. Abriu as portas de par em par, despiu-se, revelando os mundos, um de cada vez. Foram visitados por aqueles, de passagem pelo sítio onde o vento encontra a muralha do saber. Alheios da alegria reunida nas praças, nos largos, estão ligeiramente embriagados, bebem palavras, no pequeno período que estão na biblioteca ambulante. Sentados no espaço aberto, defronte das histórias, em pé, encostados às estantes. Enchendo a mente, de palavras entrando apressadamente, enquanto não os desafiam para retomarem a direcção da festa.