Adaptamos mutuamente ...
Em Rio de Moinhos as andorinhas voam raso, quase tocando o alcatrão na rua. Este comportamento nestas aves é pronuncio de chuva nos próximos dias, é um dito popular. A instabilidade climática está a alterar os ecossistemas, as andorinhas também são agarradas pelas incertezas do tempo. Hoje vi uma reportagem na televisão, na praia da Nazaré, na qual foi abordado a inexistência de nadadores salvadores nas praias para além do período estival. Podem ser excessivamente ridículas, as informações sobre praias sem vigilância, nesta época do ano, na primeira visualização. Com imagens de alguém a mergulhar e nadar no início da manhã no mar. Mas a ausência de consistência climatérica está a transformar o conjunto de relações entre os seres vivos. Na biblioteca ambulante a ligação entre histórias e leitores têm variações, com dias intermitentes, ausências, incertezas na selecção, confiança no viajante das viagens e andanças. Exprimindo alegria ou tristeza, problemas quotidianos. Adaptamos mutuamente as alterações inesperadas, que não se conseguem controlar. As amoreiras estão cheias de amoras verdes, não fosse a sombra destas árvores, a biblioteca ambulante estaria debaixo dos raios solares esta tarde na aldeia da Amoreia. Os lugares possíveis para estacionar a biblioteca ambulante estavam ocupados, quando assim é, a alternativa está situada junto da Associação de Moradores, mais afastado do centro da aldeia, onde tudo acontece. Alguns telefonemas depois os leitores aparecem segurando as histórias. O sol está mais forte, novamente em Rio de Moinhos, os leitores vespertinos não costumam tardar os compromissos com as histórias.