Aguardam a chegada das histórias
Uma densa cortina de água ofusca o largo na aldeia da Concavada, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Parece desabitado, pior ainda, abandonado, as folhas que se soltam das árvores vagueiam empurradas pelo vento. Com o decorrer da duração da presença da biblioteca ambulante, o viajante das viagens e andanças, acostuma-se, a sua vista alcança umas luzes de cores verdes, encarnadas e amarelas piscando no interior do Café do Largo. Afinal há vida neste espaço, onde as janelas com persianas fechadas das casas que rodeiam o largo mentem às histórias, que vêm ao encontro dos aldeões. A esperança hoje é desprovida de qualquer aproximação de leitores, os frequentadores do café nunca arriscaram entrar na biblioteca ambulante, preferem outros modos na ocupacação do tempo livre. Os outros não querem enfrentar o temporal, a chuva está mais intensa, a noite começa a lamber a tarde, e o estalar do lume nas lareiras conquistou quem lê. A aldeia do Pego e os seus leitores aguardam a chegada das histórias.