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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Apetite por mais iguarias e histórias

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O vento não traz nada de novo nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, o dia quente avança no seu ritmo habitual, na aldeia dos Casais de Revelhos desde o seu princípio ao sítio onde está desimpedida, a biblioteca ambulante não avistou vivalma. Na sombra de uma oliveira repleta de azeitonas ainda verdes, as histórias aprumadas nas prateleiras prestam a que as apertem, como fazem nos lagares às azeitonas. O seu óleo, as letras, temperam comidas, dão consistência, afinam o apetite por mais iguarias e histórias, conservam a qualidade durante muito tempo. A viagem prossegue na A23, oito quilómetros para a biblioteca ambulante, de adrenalina para as máquinas potentes que seguem até Vilar Formoso, ultrapassam sacudindo a carroçeria da biblioteca ambulante com liberdade para desenfrear até á aldeia de Mouriscas. Uma lenda contada por Fr. João da Piedade, que o nome da aldeia foi colocado « ao sítio aonde dous soldados cristãos  abusaram da fraqueza de duas donzellas mouras » . Mas só no séc. XV, no ano de 1464 numa carta de aforamento de 10 de Janeiro surge pela primeira vez o topónimo. O casario espalhado, quem nunca experimentou transitar nas suas ruas não fica fácil, até mesmo o viajante das viagens e andanças não explorou inteiramente a aldeia. O sol não desanima, os leitores tardam, as histórias querem ser lembradas...!